"Nunca conheci quem tivesse levado porrada."

2004/06/15

Adeus Michigan III... O porque do Michigan


Porque escolhi Ann Arbor e consequentemente Michigan para continuar o meu doutoramento?...
E’ uma pergunta que tive de responder varias vezes a diversas pessoas.
A resposta mais rápida e’ afirmar que não escolhi propriamente esta Universidade, mas sim o meu actual orientador. Estivesse o meu orientador em outro local qualquer e lá estarei eu neste momento. E’ necessário o conhecer ou me ouvir falar dele para compreender o porque...
Mas a minha vinda para Ann Arbor, Michigan, tem muitas curiosidades e muitos desencontros. Mas no fim chego ‘a conclusão que as coisas haviam de se conjugar, dando a ideia de que já estava predestinada a minha vinha para o Michigan (a nível pessoal são alguns os casos que assim aconteceram comigo e que provavelmente irão acontecer também no futuro, mesmo não acreditando em destino, existem estranhas coincidências e essas tem a mania de me perseguir...).
Antes de escolher Michigan estive em diferentes laboratórios dos EUA e Reino Unido. Antecipadamente e antes de iniciar a visita a cada laboratório, contactei os responsáveis dos laboratórios que me apresentavam as melhores condições para o meu trabalho. A Gulbenkian “obriga” que apenas exista um critério nessa escolha: a qualidade. O meu orientador foi o ultimo a responder ao meu email. Na altura em que recebi uma resposta dele, tinha as minhas viagens completamente organizadas e tinha mesmo perdido a esperança de receber resposta dele. Lembro-me de responder ao seu email, dizendo que não prometia que o iria visitar (ao que ele insistiu...). Para ser sincero na altura não me passava muito pela cabeça o visitar, pois sabia que iria ser difícil planear uma viagem a Ann Arbor, no meio da minha visita aos EUA. Visitei Ann Arbor numa quinta-feira em Julho, sendo que comprei o bilhete de viagem na quarta-feira ao fim da tarde. Estava mesmo para não o visitar...
Pior e’ que perdi o avião e por sorte tive vaga num avião da mesma companhia para umas horas mais tarde. Nessa altura estava em Nova Iorque...
Quando cheguei ao Aeroporto de Detroit, constatei que a minha mala tinha ido num voo errado e estava neste momento na Florida. Ou seja, estava tudo a correr bem!... Tive entrevista/reunião com o meu orientador com a mesma roupa que tinha usado durante todo o dia anterior (acrescento que esse Julho nos EUA foi particularmente quente e húmido...)...
Mas de facto a conversa que tive com ele foi decisiva!
Lembro-me de pensar que me iria passar “neste fim do mundo” que e’ Ann Arbor, mas de facto o seu trabalho e a forma de como falava dos alunos me cativou.
Dessa forma vim para Ann Arbor sem conhecer ninguém, pois os meus contactos portugueses (actuais meus grandes amigos!) não me responderam ao meu email (ate hoje os massacro por esse desprezo...) de pedido de informações...
Sinceramente me surpreendi a mim próprio, pois o inicio foi muito dificil... Ainda me lembro que passei as duas primeiras semanas com o passaporte e o bilhete de avião na mochila... ... Nos momentos anteriores ‘a minha decisão final de escolha de laboratório e após todas as visitas e entrevistas com os putativos orientadores, estava vagamente indeciso entre escolher Boston (MIT ou Harvard, pela cidade...), onde já tinha amigos e tinha adorado a cidade, ou Ann Arbor. Não fui pelo caminho mais fácil que era escolher Bóston. Em breve mudo para Boston com o meu orientador...
Neste momento ando sempre com a sensação de despedida de Ann Arbor. Michigan faz parte da minha vida, ponto.

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