"Nunca conheci quem tivesse levado porrada."

2004/06/28

Pobre pais...

A
A minha opinião, sobre a putativa demissão do primeiro-ministro, é muito clara:
1 – Durão Barroso deve aceitar a proposta e o convite para ser Presidente da Comissão Europeia;
2 – Acho necessário e fundamental um Congresso Extraordinário do PSD;
3 – Pedro Santana Lopes não tem o mínimo de condições (é melhor não enumerar as condições, caso contrário este ponto seria muito extenso...) para ser primeiro-ministro de Portugal;
4 – Será um mau serviço a Portugal que o PSD prestará se indicar o nome de Santana Lopes a Jorge Sampaio;
5 – É difícil, Jorge Sampaio, justificar eleições antecipadas;
6 – Caso o PSD não pense no país, avançando com o nome de Santana Lopes, deve existir eleições antecipadas.

Em 6 pontos apresento as minhas opiniões sobre este assunto. Tenho lido muitos e bons textos sobre este assunto. Não quero estar a repetir o que tem sido dito, aconselhando seguir os diferentes links.

No meio de toda a “espuma noticiosa” sobre este tema existem alguns pontos que retive em mente.
A inveja é algo de muito feio, mas infelizmente, mas comum no sangue português. Apenas por manifesta inveja se pode entender certas declarações sobre a possibilidade de Durão Barroso ser Presidente da União Europeia. Uns, cegos com essa particularidade humana, chegam mesmo a afirmar que “o homem pode alcançar o que nunca sonhou e manifestamente o ultrapassa”, outros escrevem que “as vezes o destino é providencial e oferece-nos situações maiores do que a nossa insignificância...”. Cheguei mesmo a ler alguns textos, onde se notava um rancor pelo facto de Durão Barroso ter esta oportunidade.
Tenho comigo que costumo analisar muitas das situações tentando interiorizar o espírito do interprete. Normalmente tento questionar-me no que fazia se eu estivesse em determinada situação especifica... No caso eu não tenho a menor dúvidas que são muitos poucos, para dizer raros, os casos, e a esses concluir que o faziam por manifesta falta de capacidades e coragem, das pessoas que declinavam uma oportunidade destas.


Tenho muito receio e sinceramente já começo, aos poucos, a ficar desmotivado com o PSD. Não quero com isto afirmar que deixei de acreditar nos princípios do PSD ou que me encontro próximo de o abandonar, mas de facto não existe o PSD (orgânica partidária... é me difícil explicar...) que me fez entrar para militante há mais de dez anos... O mesmo tenho sentido, aos poucos, a nível local: a perda de combatividade e discussão interna que reflecte um partido acomodado na sua postura institucional, onde quem ousa em pensar e defender realidades diferentes do “mainstream” é olhado com desconfiança e destabilizador. A nível nacional é ainda mais elucidativo de que o PSD passa por uma fase de descaracterização. O simples facto de existir a possibilidade de Santana Lopes ser hipótese para primeiro-ministro, diz bem ao que ponto o PSD está anestesiado e sem alma. De pouco valeu a declaração dos ex-presidentes dos PSD aquando dos 30 anos do partido. O que interessa é alimentar tudo e todos, esquecendo os devidos interesses de Portugal. Existe o apoio a Santana Lopes, não porque na realidade tem uma ideia para Portugal, mas sim porque “passa bem a mensagem” ou então porque representa um “rosto” (!!!!????) novo e simpático para uma nova imagem da coligação... Alguém me consegue elucidar, pois sou uma pessoa que admite errar não fosse eu um cientista, um ou dois aspectos específicos da linha de pensamento de PSL para Portugal?
Dessa forma, desde o primeiro instante que o Lápis de Cor faz eco das palavras e textos de José Pacheco Pereira no Abrupto-I. Pobre, de facto, país, o nosso.
Nesse sentido, li com muita atenção o texto do Nelson no Passarola Voadora. Na realidade ainda não me tinha ocorrido, mas no ponto em que as coisas estão, existir eleições antecipadas (com uma muito provável derrota eleitoral) é de facto o melhor que pode acontecer ao PSD. A mim, não me importa perder eleições se convicto que se fez e executou politicas difíceis e impopulares mas essenciais para modificar Portugal (tal como Pacheco Pereira afirmou e bem no Abrupto-II).

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