"Nunca conheci quem tivesse levado porrada."

2004/09/21

Para que serve o Metro do Porto?

A

Sempre fui muito céptico sobre todo o processo do Metro do Porto. Ultimamente mais do que céptico passei a ser critico. Não querendo com isto dizer que o Porto nao necessita de um sistema de transporte como o Metro, e muito menos que não seja um putativo utilizador deste meio de transporte. Devo ainda confessar que das ultimas vezes que me desloquei ao centro do Porto, sempre o fiz utilizando este meio de transporte. Por outro lado também não quero passar a ideia que esteja contra todo o processo do metro.
As minhas criticas são em outra direcção, mais propriamente em relação aos trajectos das linhas desequilibradas(que são traçadas para agradar interesses e sem fundamentação factual em dados objectivos. Basta ter ideia das voltas que o Metro faz em Matosinhos, chegando ao cumulo de andar a velocidade de “passo de humano” durante uns 2 minutos numa rua especifica de Matosinhos. Também não entendo como se pode defender uma linha na Av. Da Boavista, quando o segundo pólo da Universidade do Porto (campo Alegre) não tem, nem o mereceu, o mínimo de atenção de quem desenha e decide os trajectos.), o que vai acabar por resultar num metro com pouca utilidade para grande parte da Area Metropolitana do Porto. Desengane-se quem pensa que este metro vai retirar carros ao Porto. Tirando valorosas excepções, os tempos de viagem são ridiculamente elevados. Enfim um desperdicio de inúmeros recursos e fundos.
Mas se grande parte dos trajectos dentro da cidade do Porto, realizados pelo Metro do Porto, são no mínimo discutíveis, as opções para as linhas que saem do Porto (não contando Gaia e Matosinhos) são desastrosas.
O caso da Linha da Povoa, futura Linha vermelha do Metro do Porto, reflecte a irresponsabilidade e uma forma “maneirista e porreiraça” de abordar assuntos importantes que subsiste por Portugal. Todo o processo desta Linha, sempre me deixou a sensação de que se inclui esta Linha de forma a justificar financiamento e numero aos decisores europeus. Num instante, sem estudos (nunca ouvi falar deles, nunca foram apresentados em lado nenhum), se decidiu terminar com uma Linha lucrativa para CP e transformar o meu trajecto em “metro”. Para melhor elucidar esta forma de tratar dos assuntos, foi necessário o “pedinchar” para se decidir favoravelmente sobre a mais que necessária duplicação da Linha.
No resultado do fim da linha da Povoa da CP o que ganham os utentes de Vila do Conde e Povoa? Pouco ou mesmo nada, já para não ser radical e afirmar que ate perdem. O investimento e’ elevado para algo que não beneficia os utentes.
No seguimento deste desconsiderar dos utentes da Linha da Povoa, foi muito recentemente noticiado que, ao contrario do previsto e amplamente “vendido”, foi cancelado o concurso de aquisição de material circulante (carruagens) especificas para a Linha da Povoa. Sem que tivesse existido o mínimo de justificação, plausivel e oficial, para essa alteração de intenções do Metro do Porto, não chegando “ao meu mau feitio” de exigir justificações técnicas baseadas em estudos da empresa.
Por exemplo com o Metro do Porto, e mesmo com a duplicacao da linha, em vez dos 55 minutos entre Povoa de Varzim e Porto-Trindade dos comboios dos anos 50 da CP, os utentes vão necessitar 48 minutos para efectuar os cerca de 30Km que distam as duas cidades. Com a agravante, ja para nao referir o degradar de condições de conforto das carruagens e nas estacões, do aumento de 130% do preço de uma viagem única...

Assim sendo pergunta-se: Para que serve o Metro do Porto?...




Post Scriptum - Envie um email de protesto para o Metro do Porto, devido a esta decisão do cancelamento do concurso de aquisicao de material circulante para a Linha da Povoa. Toca a encher a caixa de email com mensagens de protesto. Envia uma mensagem para esta esta morada de email a todos os que vivam em Vila do Conde e Povoa do Varzim.

Sem comentários:

Arquivo do blogue