"Nunca conheci quem tivesse levado porrada."

2004/09/11

Paz Podre

A
É o titulo de uma parte do artigo de João Pereira Coutinho no Expresso desta semana.
Neste seu espaço semanal, analisa, de forma, vou-me ficar apenas por um “diferente”, os recentes números estatísticos da Organização Mundial de Saúde (ONS). São números redondos: 1 milhão de suicídios por ano. Sublinha ainda que estes números ultrapassam a contagem de vitimas da guerra e crime organizado.
Mas se os números, por si só, já nos dão que pensar, a analise das causas que estão por detrás dos mesmos realizada por João Pereira Coutinho nos deixa com o olhar pregado no infinito... Para o articulista do Expresso, estes números são o reflexo da vontade sanguinária do ser humano: “As pessoas suicidam-se porque, no essencial, deixaram de se matar umas às outras. Não é piada, não: é história. Tempos de paz são historicamente pródigos nestas solitárias matanças. Tempos de guerra, pelo contrário, apelam para necessidades de sobrevivência absolutamente incompatíveis com o conforto - e o confortável tédio - que as sociedades ocidentais ofereceram aos seus filhos mais dilectos.”
Não me encontro, em nada, de acordo com a sua leitura dos números avançados pela ONS, mas o simples facto de ter lido a sua leitura sobre os mesmos me deixou em silencio e a pensar... Mas e se, mesmo por hipótese académica que seja, ele tem razão?... Será possível porque: “Vivemos mais. Vivemos melhor. Mas tanta felicidade, no fundo, no fundo, cansa.”

- Não, impossível!! – afirmo eu próprio para mim mesmo, após uns segundos de reflexão.
Inexequível!!! Como pode alguém terminar com a sua própria vida porque “apenas” se encontra feliz...?

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