"Nunca conheci quem tivesse levado porrada."

2006/01/04

A escola nem sempre ajuda...


E’ publico, o Lápis de Cor nao perdoa, passei o ano por Espanha. A companhia foi do melhor, como sempre... Na viagem para Norte, paramos por Ponte de Lima no restaurante do costume e demos por nos a discutir algumas palavras/expressões tipicamente vilacondenses... Tudo isto, porque no dia anterior a rabujar com um amigo ocorreu-me uma expressão que a minha mae usa por vezes: “...E viva o velho”. Na altura ninguém o compreendeu...
Ora com inicio do “...E viva o velho” fomos ter com outra expressão “bileira”, verdadeira pérola: vou-te quilhar. Na altura ainda se discutiu se realmente a palavra existia... Pois bem, segundo o, claro esta, Dicionário da Porto Editora - 2006: quilhar - assentar a quilha a (navio); lograr, prejudicar. Exactamente a definição “bileira” que eu utilizaria, quilhar no sentido de lixar, prejudicar.
Ontem dei por mim a ver o assunto em outra perspectiva... As expressões populares e geográficas fazem parte da nossa cultura, sao um legado que os mais velhos nos ensinam, no entanto, a escola tende a diluir e/ou apagar esse legado. A escola tende a uniformizar a utilização que fazemos da língua portuguesa (oral e escrita), pois de facto de um qualquer aluno do ensino básico ou secundário, desejar utilizar a palavra quilhar, para expressar prejudicar, por certo que sera de imediato censurado pelo professor(a). E’ feio e nao se usa !!, facilmente imagino o discurso do docente.
Pena e’ que dessa forma se perde diversidade (diverso, numa língua, casa com riqueza...) do nosso português...

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