O tempo não estica e como tal anda muito curto...
Jantar no Koreano. Experimentei o "Teriyaki Chicken". Mesmo não sendo apreciador de galinha, decidi arriscar. Não me dei mal.
Segue-se umas boas horas com os olhos neste monitor... É a vida!
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Não tenho paciência para os meninos e meninas que se vangloriam de ter dinheiro. "ARMANTES", em bom português corrente, é essa a palavras certeira para os definir.
Faz-me uma certa confusão, muitas das vezes, ouvir as palavras de certos conhecidos meus a falar sobre determinado "brinquedo" ou situação vivida. Mas se num adulto ainda se aguenta, num jovem... É desesperante!! Os meninos (as) (novos ricos) a comentarem o seu novo telemóvel. A explicar o quanto se divertiram por praias chiques com a sua mota de água. A justificarem a sua ausência com uma presença numa estância de neve. Não há pachorra! Avisem-me se, eventualmente, um dia um filho meu agir dessa forma...
Esta sociedade norte-americana, tanto criticada pela esquerda bem pensante, tem algumas virtudes. Uma das quais eu destaco, é a mentalidade dos jovens em trabalhar desde cedo, tentando não depender excessivamente da família. A quantidade de jovens que trabalha em part-time é bastante elevada. Existe essa cultura de os pais incutirem essa decisão nos seus filhos. Em Portugal somos muito poucos os que, por exemplo estudando no Ensino Superior, têm um trabalho em part-time.
Nesse sentido, chega a ser desolador os comportamentos dos "filhinhos do papá", que se gabam das suas posses e actos. Coitadas dessas almas que vivem na sombra do dinheiro. Tristes, porque não conseguem sequer atingir o ridículo de compreender o vazio em que sustentam essas atitudes.
Neste pensamento lembrei-me de uma reportagem que vi há uns tempos na SIC.
A ideia geral da reportagem era saber, passados 25 anos, onde e como estavam dois rapazes que, com 6 anos de idade, tinham sido objectivo de uma reportagem da RTP.
Um era filho de uma família média-baixa em termos de estrutura económica. O outro, filho de um doutor famoso e bem sucedido na sua profissão. Perguntaram os pais de ambos se, naquela altura, existiam igualdades de oportunidades em Portugal. A resposta foi positiva de ambos os lados (não esquecer que estávamos na altura em ditadura, logo não existia muita margem de manobra...).
A repórter da SIC (por sinal, filha da jornalista autora da reportagem original) decidiu procurar ambos os rapazes, hoje já homens. Entre várias curiosidades, importa-me referir, para sustentar a minha opinião do vazio existente nos "armantes", que a pessoa que estava muito bem na vida e que afirmava desejar ser médico como o pai, vivia hoje como empregado de um stand de automóveis. Pela reportagem fiquei com a ideia que gastou todo o dinheiro do pai numa vida fácil e que hoje tinha receio de "dar a cara" para a reportagem da SIC. O facto é que, ao contrário do outra pessoa, não se sentia bem em aparecer na reportagem.
O que fica?
Fica que aquele miúdo teve oportunidade de construir algo dentro de si e não o fez. A igualdade de oportunidades existe nesse ponto. Todos podemos construir algo na nossa vida. Uns aproveitam o pouco que recebem, outros escondem o vazio existente com o dinheiro. Esses desperdiçam a oportunidade a disparar frases curtas e sonantes, mas vazias no tempo...
"Nunca conheci quem tivesse levado porrada."