"Nunca conheci quem tivesse levado porrada."

2004/03/22

A evolução da ciência em Portugal

A
Tendo como base os números disponibilizados pelo “Institute of Scientific Indicators” (ISI) é possível analisar a evolução da ciência em Portugal. Por exemplo, em 1993 Portugal foi responsável por 1.436 artigos científicos referênciados em revistas com factor de impacto reconhecida pela ISI. No ano passado este número subiu para 5.498.
A Universidade do Porto foi responsável por cerca de 19% pela produção de artigos científicos em 2003, quando em 1993 foi capaz de publicar aproximadamente 20% da produção nacional. Este peso da Universidade do Porto na produção científica nacional é consideravelmente mais elevada quando se analisa apenas as áreas de ciência (áreas da saúde, fisica, química e associadas aos diferentes ramos da engenharia) excluíndo as ciências sociais, artes e humanidades.
O artigo português mais citado entre 2001 e 2003 tem, curiosomente, como responsáveis um investigador estrangeiro, Serguei Dorogovtsev, e José Fernando Mendes, investigadores do Centro de Física da Universidade do Porto.

Estes dados que recolhi da “UPORTO” – Revista dos Antigos Alunos da Universidade do Porto do mês de Março, servem para ter uma ideia da evolução que a ciência teve em Portugal no espaço de uma década. No entanto estes dados podem ser susceptiveis de uma falsa análise se não forem objecto de comparação com outros países.
Senão vejamos… Portugal entre 93 e 03 teve um aumento de 75% no número de artigos ciêntíficos publicados. Contudo estes números não devem ser analisados apenas em quantidade, mas sim essencialmente na sua qualidade, ou seja, é necessário analisar onde se publicou e quantas vezes foram esses artigos referenciados e citados pela restante comunidade científica (dado obrigatório para aferir a qualidade de um artigo). Depois, é necessário ter em atenção de durante esta década em análise, o número de revistas científicas aumentou exponencialmente, o que significa que o número de locais onde os investigadores podem publicar os seus tribalhos também aumentou. Por outro lado também importa verificar onde (se é que existiu em algum local da Europa) se constatou um decrescimo de publicação. Quais os números de Espanha durante esta fase?…
Aqui está, mais uma vez, o nosso problema quando possuímos números, para expressar tendências e/ou posteriormente definir prioridades, não somos capazes de os analisar correctamente.
De que serve debitar uns números se estes não analisados?


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