"Nunca conheci quem tivesse levado porrada."

2004/07/15

Rogerio Torres em discurso directo

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Espero nao estar a quebrar a confianca do director do Terras do Ave, mas fui "notificado" da entrevista de Rogerio Torres com umas horas de antecedencia. Como sempre nos ultimos dias, andava muito atarefado, sendo que nem comentei directamente esse facto. Na realidade, sou muito sincero, esse facto despertou-me pouca curiosidade. Não sei bem porque...
Hoje quando "passei os olhos" pelo Terras do Ave, nao li ate ao fim a entrevista.
Outros ja a dissecaram... E com mestria na pena, devo acrescentar.
Vamos por pontos:
1 - Tal como tinha afirmado desde a primeira entrevista de Rogério Torres, e' impossível existir uma concertação de posições entre Mário de Almeida e Rogério. As suas criticas, focalizadas na gestão de Mário de Almeida, são bem vincadas e factuais. Como disse antes, muitas das suas palavras são bastante duras com Mário de Almeida, vindo de um eleitor e simpatizante do PS. Depois existe, na minha opinião e' elucidativo da posição de ataque ao poder instalado, um repetir e sublinhar do numero de anos (32) de poder.
2 - Não entendo bem a forma com apresenta a sua disponibilidade para o interior do PS. Sou sincero, não me parecem as melhores palavras, aquelas que tem vindo a utilizar, para seduzir o apoio do estrutura do PS, que terá de ter, caso deseje ser candidato 'a Câmara pelo PS. Acho muito estranho este aspecto no seu discurso... Em nenhuma das suas posições afinou esse ponto e acredito pouco que não tenha essa consciência. Só as posso entender como uma falta de algum tacto.
Fosse eu eleitor indeciso no meu voto, lendo as palavras de Rogério Torres, não votaria no PS. Pois após 32 anos de poder se existe um esgotamento de ideias, as pessoas tendem a escolher um outro partido e muito raramente optam pela outra face da mesma moeda. Tenho ideia de que o PS vai continuar a perder votos, contudo parece-me que Mário de Almeida, mesmo assim, e' o melhor e o único trunfo que o PS tem para limitar os danos da erosão eleitoral que se aproxima aos poucos, estendendo, ao máximo possível, o tempo útil de poder que ainda resta para aos dirigentes do Largo dos Artistas.

Depois, também, não simpatizo muito na forma como coloca a sua disponibilidade a todos os eleitores de Vila do Conde. Numa primeira leitura, assumimos a sua candidatura como uma forma de proteger o PS da perda de poder e também porque existe um deserto de faces 'a volta do actual líder (sinceramente este ponto e' mal analisado, pois sendo verdade que isso aconteceu no passado, no presente facilmente se verifica a presença ambiciosa do n2 da Câmara e não só...). Mais tarde, vem sempre o corrigir das palavras afirmando ter um projecto para Vila do Conde. Considero que seria mais positivo, e mais forte na sua argumentação, caso se apresentasse como uma pessoa que tem o direito de pensar diferente, dentro do PS, o futuro de Vila do Conde. Explanava as suas ideias e de que forma os seus conceitos para a cidade divergiam do actual poder... De outra forma, num instante, e se desejar, Mário de Almeida vai aparecer como vitima de ataques de "pessoas (os habituais "pás") ignorantes" vindos da sua própria área ideológica. Caso não mude neste ponto, poderá ser acusado de estar a fazer um frete 'a oposição...

3 - Provavelmente, muito rapidamente, vou ser contrariado, mas de facto e' estranho que Mário de Almeida ainda não tenha respondido a Rogério Torres. Não sei se, por não saber lidar com a situação em concreto, ou pelo facto de recear o aglomerar de tendências em Rogério Torres; o certo e' que existe pouca informação sobre a posição do Presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde. E' singular este processo quando se nota que existe uma vontade de recandidatura de Mário de Almeida.
Por outro lado o silencio de todo o PS e' ensurdecedor. Será que no fim, no exacto momento em que Mário de Almeida anunciar que se retira, vamos assistir a um episodio semelhante ao que passou com Ferro Rodrigues? Todos apoiavam o chefe, mas logo após ele se retirar notasse um clima de alivio e alegria pelo desaparecimento do "fardo"...

São alguns pontos que aqui ficam a consideração, esperando discussão de algumas das questões que ficam pelo texto...

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