"Nunca conheci quem tivesse levado porrada."

2005/04/21

Limitação de mandatos III – Opiniões...


O “C” entra na discussão deixando a sua opinião:

Bom, também me sinto na obrigação de mandar umas c... Assim:

1) Limitação de mandatos/artigo de “A”
a) Gostei do artigo, apesar de, como te disse “A”, ser a favor da limitação.
Mas também sou a favor de que esta se estenda a essa limitação a todos os órgãos
de natureza política e não apenas aos executivos. Mas sou a favor porque não
acredito que o povo se volte a aperceber de que a constituição do novo governo é
mais importante que o resultado do futebol (bom, de que o Benfica, nem falo!). E
digo isto porque acredito que, por princípio, o povo é que deveria de facto
julgar correctamente quantos mandatos merece alguém ter. Mas vivendo numa terra
em que ganha, por maioria absoluta, alguém que em 30 anos (sem negar que há
outras obras feitas!) não conseguiu dotar mais de 40% das freguesias de uma rede
de esgotos e água, dá para pensar que é inocente achar que o povo tem a
necessária consciência política...

b) Quanto ao estilo, respeito-o. O do “A”, o do “B”, o do Pi. Até o meu.



Um outro amigo, “D” sente que a discussão merece a sua opiniao:

Pessoal, isto está aqui um debate e pêras! Vou participar e estragar esta m... toda! Ou, como diz o Pi, mandar postas de pescada.

A minha opinião é muito simples. O número de mandatos ilimitado é, actualmente, admitido pela nossa Constituição e, por isso, não adianta tentar contornar o assunto. Pessoalmente reconheço muitas falhas nesse "sistema", mas é o que dispomos e enquanto não vigorar outro melhor é por este que nos temos que reger. Penso que de pouco nos adiantará auto-convencermo-nos que a limitação de mandatos é o mais correcto sem primeiro tentar perceber o que se pode fazer para optimizar a situação actual.
Sou a favor da atribuição de uma VERDADEIRA responsabilidade política a todos aqueles que comandam o destino de uma população, quer numa perspectiva nacional, quer numa perspectiva regional. Na presente situação, ninguém me pode convencer que isso é interiorizado pela maior parte das pessoas que assumem qualquer cargo político. Senão, vejamos. Depois de toda a trapalhada verificada com o sistema de colocação de professores, quem saiu prejudicado? Os mesmos de sempre! Quem saiu completamente ileso do processo? Aposto que a maior parte das pessoas já nem se lembra do nome da ministra que conduziu este processo! E será que ela saiu prejudicada? Não, provavelmente mantém ocupado o lugar que detinha antes de se aventurar pelo Governo. A questão do programa Polis em VC... a nossa cidade já de si é bastante acolhedora sem a intervenção a que vai estar sujeita., por isso, porque não investir esse dinheiro, por exemplo, na conclusão do saneamento básico nas freguesias do concelho? Em casa da minha Avó, em (freguesia de Vila do Conde), ainda vai lá um auto-tanque, todas as semanas, para esvaziar a fossa! Responsabilidade atribuída em qualquer um dos casos? Nenhuma! Moral, talvez, mas, quem atribui importância a isso? O nosso nome é falado durante 1 mês e após isso o assunto é remetido para a "reciclagem".
E depois, temos o fantástico "subsídio de reinserção social" para todos aqueles que, por uma razão ou outra, se vejam obrigados a abandonar a política. Mas que aberração é esta??? Se o nosso ilustre PR fosse destituído do cargo, não teria capacidade para ir varrer ruas se precisasse do salário para sobreviver? O eng. Mario de Almeida não teria capacidade para reforçar a equipa de padeiros da Flor de Vila do Conde? Que sentido de responsabilidade é induzido a qualquer pretendente a um cargo político, conhecendo estas "falhas" no sistema?
Por outro lado, será possível pensar numa estratégia de crescimento de um Município e aplicá-la, com resultados, num período de 4 anos? Claro que findos esses 4 anos será sempre possível avaliar esse desempenho, mediante índices económicos, investimentos, satisfação da própria população (porque não?). E se, utopicamente falando, tudo isso se verificasse, mandato após mandato, porque não manter a estrutura?
Falaram muito do alheamento da população face à evolução política do país ou de um município. É preciso não esquecer que entre essa população estão os presumíveis substitutos dos actuais regentes e se mesmo esses apresentam um deserto total de ideias, uma incrível falta de capacidade argumentação, o que será de esperar da restante população? Alguém no seu juízo perfeito apostaria numa pessoa que não seja capaz de explicar os seus pontos de vista? Atenção, explicar, não falar sobre. Eu não apostaria nem aposto! Ahh, a não ser que se as coisas dessem para o torto, eu continuasse a receber o meu “salariozinho”, com um bocado de sorte até deixava de pagar impostos, um “subsidiozinho” - por ter votado mal - para ajudar a combater o trauma psicológico...
Em suma, há que atribuir responsabilidades a esses senhores de forma a deixarmos de ouvir nos meios de comunicação social a velha máxima "o povo tem a responsabilidade de decidir amanhã o seu futuro". Parece-me uma constatação muito incompleta! E por falar em comunicação social, concordo com o “B”, ela é, infelizmente, um dos podres na nossa sociedade.

Sem comentários:

Arquivo do blogue