Nos primeiros dias do ano, ou seja, na ultima semana que estive por Portugal, aproveitei o tempo em reuniões de trabalho, visitas ao dentista, visitas a Hospitais, Serralves e participação no Ciclo de Conferencias Publico-Olhares Cruzados sobre o Porto II (entre outras coisas e’ claro...). Enfim tentei gastar os ultimos cartuchos do tempo por Portugal da melhor forma possivel... Nao faltou assim tanto ate para rumar a Lisboa, aproveitando para visitar amigos e, porque nao, ver o concerto dos REM seguido do Sporting-Benfica...
Ainda antes do Natal tinha estado por Serralves com um grupo de amigos oriundos de Lisboa, no entanto apenas deu para um lanche seguido da compra de umas prendas de Natal. Dessa forma, apenas mais tarde tive oportunidade de ver a Exposição de Pintura de Paula Rego. Devo confessar que foi uma visita rápida, de uma hora apenas (devido a uma serie de burrices minhas na escolha do caminho mais adequado, via automóvel, de Vila do Conde-Boavista- o que me valeu foi o “bom papo” da companhia), o que obviamente resultou na impossibilidade de ver todo o conjunto da Exposição. No entanto, deu para compreender o
enorme sucesso que tem suscitado por parte do publico. Não me vou por aqui, armado em intelectual que percebe de pintura, a discutir o “traço característico” de Paula Rego... Quero antes aconselhar a todos uma ida a Serralves, aproveitando para sublinhar que, afinal e ao contrario do que os nossos governantes pensam, o restante pais tambem aprecia, diria antes talvez, necessita, cultura.
Serralves existe, fundamentalmente, porque a sociedade civil, nortenha, interveio no sentido de tornar possível este projecto fora de Lisboa... Sim porque no fundo me irrita, tira-me realmente do sério, o discurso mesquinho, muitas vezes utilizado pelos os lisboetas (atentar a diferenca que existe entre lisboetas e alfacinhas), de que não existe centralidade em volta de Lisboa e que o Porto adopta o discurso, derrotado e fatalista-fica subentendido, do coitadinho acossado quando enfatiza as gritantes diferenças de tratamento entre Lisboa e o restante pais.
Li
recentemente que o BPI não esconde a vontade de patrocinar e auxiliar na gestão da Casa da Música... Pois é, cá está! No Porto, cultura apoiada a 100% pelo estado (atenção, que não estou a defender que o estado deve subsidiar a 100% a cultura, isso é outra discussão completamente diferente... Apenas faço valer que, existindo como existem esses apoios estatais, a localização desses apoios são useiros para Lisboa, sendo realmente tudo o resto paisagem e/ou rebuçados para calar os meninos mais rebeldes...) é chão que dá pouca uva... Não posso estar mais de acordo com este texto-
Dualidade de Critérios de LR no
Blasfémias.